quinta-feira, 3 de outubro de 2013

O que fazer quando vamos comer em restaurantes?



Quem acha que comer fora de casa é um GRANDE desafio, levanta a mão!
Nesse momento, imagino todos os celíacos do universo com as mãos levantadas, lembrando das diversas situações pelas quais já passaram ao saírem de casa para comer. Depois de já ter passado por elas, dá até vontade de rir de algumas mas, na hora, a última coisa que nos passa na cabeça é rir da situação.

Para mim, comer fora de casa tendo restrição ao glúten é a parte mais difícil da vida que levo. Comer em casa, preparando nossas próprias refeições, nos dá a certeza de que podemos comer com segurança. Muitas vezes acabo trocando uma refeição em um restaurante por uma refeição em casa, justamente por pensar em tudo que terei que questionar e de todos os aspectos que terei que me certificar para comer tranquilamente. Posso dizer que em São Paulo é bem diferente daqui onde eu moro, Ribeirão Preto. Exceto pelas redes que possuem cardápio especial, dificilmente um restaurante me recebe com um sorriso no rosto, sabendo, no mínimo, o que é glúten. A maioria torce o nariz e ainda deve pensar: "Que menina fresca! Por isso está tão magrinha...!"
Óbvio que nenhum lugar (ainda) é o paraíso para nós (exceto os restaurantes especializados), onde todos sabem o que é glúten, todos os estabelecimentos oferecem alimentação sem glúten ou, pelo menos, um cardápio marcando o que podemos ou não comer. Isso seria um sonho, não é? Mas, em alguns lugares, viver como celíaca é mais fácil do que em outros. Posso dizer isso porque já morei em São Paulo e atualmente moro aqui. Em São Paulo, já contamos com vários estabelecimentos aptos a nos receberem, enquanto que aqui, exceto pelas redes, como mencionei acima, não há nenhum. 

Sonho de todo celíaco!

Quando encontramos um restaurante com cardápio especial para celíacos (e não para quem faz dieta isenta de glúten por opção), ficamos super felizes, ainda que tenhamos que nos certificar de alguma coisa. Porém, esses estabelecimentos ainda são poucos e o que mais encontramos são lugares que não estão preparados para nos receber. 
O que me motivou a escrever esse post foi a quantidade de emails que recebo perguntando onde me alimento, como faço quando tenho que sair de casa, que tipo de perguntas eu faço, que comidas eu peço. Então, pensei: "Recebo tantos emails sobre o assunto. Então, por que não escrever?!". 
Ao longo das outras postagens, sempre dou dicas que tem relação com a alimentação fora de casa. Por exemplo: já falei sobre contaminação cruzada, sobre como se alimentar em festas...Então, decidi compilar e ser bastante objetiva na postagem de hoje, basicamente para responder as perguntas que tenho recebido.

Aliás, aproveito para AGRADECER tantos emails carinhosos, de pessoas de diferentes lugares. Fico me sentindo muito honrada por poder ajudá-los e eu espero, de coração, que toda a minha dedicação chegue até vocês em forma de muita energia positiva. Ser celíaco não é e não deve ser o fim do mundo. Sejamos positivos!

Continuando, vou contar para vocês como costumo me virar nos lugares que frequento onde geralmente as pessoas não sabem o que é glúten e muito menos contaminação cruzada. 
Posso afirmar, com toda a certeza, que não há contaminação cruzada nesses lugares? 
Não! Não posso afirmar porque não entro na cozinha e não acompanho o pessoal da cozinha fazendo os alimentos. Hoje, dificilmente como fora de casa e quando isso acontece costumo levar minha marmitinha ou conferir umas mil vezes o que vou comer. É um risco que corremos mas eu tento, ao máximo, junto ao garçom, gerente ou chef (ou todo mundo junto) pensar em um prato simples e gostoso. Por que simples? Porque quanto mais inventamos moda, maiores as chances de o prato estar contaminado com glúten. Então, todos os restaurantes que frequentei e não tive reação alguma, encontra-se aqui no blog, no canto esquerdo da tela, em uma lista. 
Lembrando que não ter reação não é um parâmetro 100% confiável porque muitos celíacos são assintomáticos, ok!

Para que essa combinação ocorra da melhor maneira possível, não devemos nos esquecer de sermos simpáticos e sorridentes, enfatizando que sentimos muito a confusão que estamos causando mas é que realmente gostaríamos de estar lá com nossos familiares (ou amigos) e os cuidados são necessários, uma vez que consumir glúten, é sair dali direto para o hospital. Vai funcionar? Pode ser que sim e pode ser que não mas, com certeza, melhor do que se você fechar a cara e achar que eles deveriam saber o que é glúten. Confesso para vocês que nos restaurantes em que fui mais simpática, consegui as coisas mais facilmente. Por isso que quando não estou em um bom dia, prefiro comer em casa (Ô TPM!).

Quanto mais simpáticos formos, mais teremos sucesso na nossa alimentação

É claro que as exceções existem e às vezes mesmo que nós sejamos claros e objetivos, o funcionário não escuta metade das coisas que falamos. Nesses casos, não volto mais ao estabelecimento, pois acabo não me sentindo segura.
Aqui em Ribeirão Preto, já fui a um lugar onde o funcionário conseguiu ser super desagradável soltando a seguinte frase, em um tom nada simpático: “Nossa, mas desse jeito é extremamente complicado a senhora sair de casa.” Dá ou não dá vontade de matar? Ainda bem que depois passa, né gente? (Sério, o pior é que depois que passa a gente consegue pensar em um milhão de respostas inteligentes!) 
Achei tão desagradável a forma com que ele falou comigo. Eu, no lugar dele, certamente teria dito: “Me desculpe mas infelizmente acredito que nada do que servimos é seguro para que a senhora coma. Peço desculpas pelo inconveniente.” Certamente eu ficaria desapontada mas não com raiva e achando um absurdo por ter ouvido aquilo e ter comido arroz e ovo de codorna, pagando 10 reais pelo prato.

Então, o que eu peço geralmente? Arroz, salada e filé de frango ou filé bovino grelhado. É um prato simples, gostoso, saudável e com menores chances de contaminação cruzada.
Eu sei gente...às vezes todo mundo come um prato super delicioso e nós ficamos no grelhado. Tenho consciência disso mas minha preocupação com relação a doença é muito maior. Sinceramente, prefiro abrir mão de comer uma comida diferente. 

Depois de “escolher” o prato (sem ter muita escolha), confiro com o chef ou garçom que tipos de temperos são colocados no arroz e na carne, eliminando a existência de quaisquer temperos industrializados, principalmente os caldos de carne, de galinha, entre outros, já que a maioria contém glúten. Pode até ser que o utilizado não contenha, mas aí será mais um aspecto a verificar...enfim, aumentam-se as chances de erros e, consequentemente de contaminação cruzada. Lembrando, vamos optar pelo mais simples. Conferida essa parte, é hora de combinar o modo de preparação. Costumo pedir, por gentileza, se ele pode grelhar minha carne em uma panela separada, com talheres limpos e óleo novo, caso seja de costume usá-lo para grelhar.

Quando já é uma refeição programada, ou seja, eu já sei que vou em tal restaurante em determinado dia, ligo antes para verificar a possibilidade de comer, enfatizando o arroz, grelhado e salada. Se não tenho nada programado e vou de última hora, sigo esses passos que contei para vocês.

Tentei, em uma figura, compilar essas dicas, enfatizando o que faz com que aumentemos ou diminuamos as chances de ter uma alimentação segura. 



Já cheguei a comer ovo frito com arroz e feijão em um barzinho só para estar com os amigos. E comi feliz da vida, além de estar delicioso (amo ovo!), estava feliz por estar com amigos. E viver é isso, ir se adaptando as situações.

Espero que as dicas possam ajudar a todos vocês e que possamos, a cada dia, refletir mais sobre nossa condição, encontrando melhores estratégias de adaptação.
Quem tiver mais dicas ou comentários bacanas, pode comentar aqui, pois são muito bem-vindos. 

Um beijo bem grande

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